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UM PANORAMA SOBRE A TERCEIRA IDADE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

 

Até 2025, segundo a OMS, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos.
Entre 1980 e 2000 a população com 60 anos ou mais cresceu 7,3 milhões, totalizando mais de 14,5 milhões em 2000. A expectativa média de vida aumentou consideravelmente no país. Contudo, este importante aumento do número de anos de vida necessita ser acompanhado pela melhoria na saúde e qualidade de vida.
Os governos, as organizações internacionais e a sociedade civil devem se preocupar com as políticas e programas de “envelhecimento ativo” capazes de melhorar a saúde, a participação e a segurança dos cidadãos mais velhos.
Em todos os países, e especialmente nos países em desenvolvimento, medidas para ajudar pessoas mais velhas a se manterem saudáveis e ativas representam uma necessidade a ser atendida com urgência.
Uma redução nas taxas de fertilidade e um aumento da longevidade irão assegurar o contínuo “agrisalhamento” da população mundial, apesar da diminuição da expectativa de vida em alguns países da África (devido à AIDS) e em alguns Estados recém-independentes (devido ao aumento do número de mortes causadas por doenças cardiovasculares e pela violência).
O rápido envelhecimento nos países em desenvolvimento é acompanhado por mudanças dramáticas nas estruturas e nos papéis da família, assim como nos padrões de trabalho e na migração. A urbanização, a migração de jovens para cidades à procura de trabalho, famílias menores, e mais mulheres tornando-se força de trabalho formal significam que menos pessoas estão disponíveis para cuidar de pessoas mais velhas quando necessário.
Se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, devemos nos ater as oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. A Organização Mundial da Saúde adotou o termo “envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista dessa visão.
O que é “envelhecimento ativo”? Envelhecimento ativo é o processo que visa o desenvolvimento das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.
A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem continuar a contribuir ativamente com seus familiares, companheiros, comunidades e países. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados.
O termo “saúde” refere-se ao bem-estar físico, mental e social, como definido pela Organização Mundial da Saúde. Por isso, em um projeto de envelhecimento ativo, as políticas e programas que promovem saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram as condições físicas de saúde.


Principais doenças crônicas que afetam os idosos em todo o mundo:
• Doenças cardiovasculares (tais como doença coronariana)
• Hipertensão
• Derrame
• Diabete
• Câncer
• Doença pulmonar obstrutiva crônica
• Doenças musculoesqueléticas (como artrite e osteoporose)
• Doenças mentais (principalmente demência e depressão)
• Cegueira e diminuição da visão
Fatores Comportamentais
A adoção de estilos de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde são importantes em todos os estágios da vida. Um dos mitos do envelhecimento diz respeito ao fato de que é tarde demais para mudar antigos hábitos que não fazem bem.
Mas a realidade é bem diferente, já que o envolvimento em atividades físicas adequadas, alimentação saudável, a abstinência do fumo e do álcool, além de fazer uso de medicamentos sabiamente e conforme orientação médica podem prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a longevidade e a qualidade de vida do indivíduo.
Tabagismo
Fumar é o fator de risco de DNTs (Doenças não Transmissíveis) modificável mais importante para jovens e idosos e representa a causa de morte prematura mais evitável. Fumar não só aumenta o risco de desenvolver doenças como o câncer de pulmão, mas também está negativamente relacionado a fatores que podem levar a importantes perdas da capacidade funcional.
Por exemplo, fumar acelera a taxa de diminuição da densidade óssea, a força muscular e a função respiratória. Pesquisas sobre os efeitos do fumo revelaram que este não é apenas um fator de risco para um extenso número de doenças, mas também que os efeitos do seu uso são acumulativos e de longa duração. O risco de contrair ao menos uma das doenças associadas ao fumo aumenta com a duração e a quantidade da exposição.
Fumar pode interferir no efeito de medicamentos essenciais. A exposição passiva à fumaça também pode ter um efeito negativo na saúde de pessoas idosas, especialmente se sofrerem de asma ou outros problemas respiratórios.
Atividade física e Alimentação
A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis ou doentes crônicos.
Uma vida ativa melhora a saúde mental e frequentemente promove contatos sociais. A atividade pode ajudar pessoas idosas a ficarem independentes o máximo possível, por um período de tempo mais longo. Além disso, pode reduzir o risco de quedas.
Apesar de todos esses benefícios, uma grande proporção de idosos leva uma vida sedentária na maioria dos países. As populações com baixa renda, minorias étnicas e pessoas idosas com deficiências são frequentemente inativas.
O consumo excessivo de calorias aumenta muito o risco de obesidade, doenças crônicas e deficiências durante o processo de envelhecimento.
Dietas ricas em gordura (saturada) e sal, pobres em frutas e legumes/verduras e que suprem uma quantidade insuficiente de fibras e vitaminas, combinadas ao sedentarismo, são os maiores fatores de risco de problemas crônicos, como diabete, doença cardiovascular, pressão alta, obesidade, artrite e alguns tipos de câncer.
O cálcio e a vitamina D em quantidade insuficiente estão associados à perda na densidade óssea durante a velhice e, consequentemente, ao aumento de fraturas que causam dor.
Em populações com uma alta incidência de fraturas, pode-se reduzir os riscos através do consumo adequado de cálcio e vitamina D.

Saúde oral
Saúde oral precária – principalmente cáries, doenças periodontais, perda de dentes e câncer bucal – causam outros problemas orgânicos de saúde. Esses problemas tornam-se um ônus financeiro para indivíduos e sociedade, e podem reduzir a autoconfiança e a qualidade de vida. Alguns estudos demonstraram que uma saúde oral precária está associada à desnutrição e, portanto, ao maior risco de desenvolver várias doenças não transmissíveis.
Álcool
Enquanto os idosos tendem a beber menos do que os jovens, as mudanças de metabolismo que acompanham o processo de envelhecimento aumentam a suscetibilidade dos mais velhos a doenças relacionadas ao álcool, como desnutrição e doenças do pâncreas, estômago e fígado.
As pessoas idosas apresentam maior risco de lesões e quedas devido ao consumo de álcool, assim como riscos potenciais associados à mistura do álcool com medicamentos.
Medicamentos
Como as pessoas idosas frequentemente têm problemas crônicos, necessitam utilizar mais medicamentos, sejam eles tradicionais, isto é, adquiridos sem receita médica, ou receitados por profissional especializado.
Na maioria dos países, os idosos de baixa renda têm pouco ou nenhum acesso a subsídios para medicamentos. Assim, muitos deixam de comprar ou gastam uma grande parte do rendimento já escasso em remédios.
Em contrapartida, os medicamentos são às vezes prescritos em demasia aos idosos. Reações adversas e quedas associadas ao uso de medicamentos são razões fortes de sofrimento pessoal e internações hospitalares caras e evitáveis.
Adesão
O acesso a medicamentos necessários é insuficiente por si só, a não ser que seja grande a adesão a tratamentos de longo prazo para doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento. A adesão inclui a adoção e manutenção de vários tipos de comportamentos (por exemplo, dieta saudável, atividade física, abstinência do fumo), assim como o consumo de medicamentos de acordo com a orientação de um profissional da saúde.
Os medicamentos de uso contínuo devem ser consumidos nos dias e horários indicados pelo profissional da saúde e, quando necessário, sob a tutela de um familiar ou cuidador.

Quedas
A queda de pessoas idosas é uma causa crescente de lesões, altos custos de tratamento e morte. Os obstáculos dos ambientes que aumentam os riscos de queda incluem pouca iluminação, pisos irregulares ou escorregadios e a falta de corrimão para apoio. Estas quedas ocorrem frequentemente no ambiente da casa e podem ser evitadas.
As consequências das lesões sofridas em uma idade mais avançada são mais graves do que entre pessoas mais jovens. Para lesões da mesma gravidade, os idosos experimentam mais incapacidade, período de internação mais longo, extensos períodos de reabilitação, maior risco de dependência posterior e de morte.
Pode-se prevenir a grande maioria das lesões; entretanto, a percepção tradicional de que sejam “acidentes”, resultou em uma negligência histórica nessa área da saúde pública.

Fonte: Envelhecimento ativo: uma política de saúde / World Health Organization; tradução Suzana Gontijo. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.

 

ESTATUTO DO IDOSO


No dia primeiro de outubro comemora-se o dia internacional das pessoas idosas, a data foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) a fim de qualificar a vida dos mais velhos, por meio da saúde e da integração social.
O envelhecimento da população e a expectativa de vida maior mostram a necessidade de uma atenção especial ao idoso quanto a garantia de direitos. Somente em 1994, o Brasil passou a ter uma Política Nacional do Idoso (Lei 8.842) que assegura direitos capazes de garantir oportunidades para a preservação da saúde física e mental, bem como o seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social em condições de liberdade e dignidade.
Em 1999 foi editada a Política Nacional de Saúde do Idoso, e em 2003 foi aprovado o Estatuto do Idoso criado como um instrumento para a realização da cidadania, para assegurar direitos às pessoas com 60 anos ou mais:  direito à liberdade, à dignidade, à educação, à saúde e a um meio ambiente de qualidade.
O estatuto do idoso assegura-lhes:

  • Distribuição gratuita de medicamentos e próteses dentárias pelos poderes públicos;
  • Nos contratos novos feitos pelos planos de saúde não poderá haver reajustes em função da idade após os 60 anos;
  • Desconto mínimo de 50% no ingresso de atividades culturais e de lazer, além de preferência no assento aos locais onde as mesmas estão sendo realizadas;
  • Proibição e limite de idade para vagas de empregos e concursos, salvo os acessos em que a natureza do cargo exigir;
  • O critério para desempate de concursos será a idade, favorecendo-se aos mais velhos;
  • Idosos com 65 anos ou mais que não tiverem como se sustentar terão direito ao benefício de um salário mínimo;
  • Processos judiciais envolvendo pessoas com mais de 60 anos terão prioridades, nos programas habitacionais para aquisição de imóveis e transporte coletivo urbano e semiurbano gratuito para maiores de 65 anos.         

 

 

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